O fervo da terra
Luana é uma jovem de 18 anos que atua como jurada em um tribunal criminal. Por meio dos depoimentos genuínos do indígena Aké, ela passa a conhecer e refletir sobre uma realidade distante da sua: a migração de gaúchos para os estados do Norte do Brasil em busca de novas oportunidades e os conflitos que surgiram quando se depararam com a “corrida do ouro”, entre as décadas de 1970 e 1990. Esse período foi marcado pela criação de cidades e vilarejos de crescimento desordenado, o que abalou o equilíbrio das comunidades rurais e afetou profundamente a situação sociocultural dos povos indígenas que sempre habitaram a região.
A narrativa entrelaça tramas que envolvem relações familiares, a ganância pelo lucro rápido com o ouro, paixões, conquistas morais e suas derrotas, além da devastação da natureza.
A narrativa entrelaça tramas que envolvem relações familiares, a ganância pelo lucro rápido com o ouro, paixões, conquistas morais e suas derrotas, além da devastação da natureza.
Noves fora
Cristina Campos nos revela o Noves Fora das Letras, aquela prova matemática para checar se as contas estavam certas, que parecia uma fórmula mágica. Toda uma ordem dissimulada e escondida era revelada. Noves Fora, Nada!
Assim é Noves Fora o livro, onde texto, formas e ilustrações se fundem para criar uma voz própria. De repente, uma coisa vira outra. Não há mapa, traçado, sinopse. Não há medula nem tronco. Noves fora é um método radicular de escrever que vai despretensiosamente se esparramando inconsútil até vicejar livro.
Fragmentos da história cultural de Cáceres e outros fios da memória – Vol. II
Fragmentos da história cultural de Cáceres e outros fios da memória – Vol. I
A obra Fragmentos da História Cultural de Cáceres (e outros fios da memória), em dois volumes, reúne textos produzidos em temporalidades distintas sobre a cidade de Cáceres, que sob o olhar sensível do escritor e poeta cacerense, Natalino Ferreira Mendes, mesclam acontecimentos passados e presentes, projetando novas significações, novos olhares para a cidade.
A sua obra Fragmentos da História Cultural de Cáceres (e os fios da memória), em dois volumes, transporta para o presente as impressões de um homem sensível e atento à história, às mudanças e ao progresso de Cáceres, inaugurando os primeiros textos que historicizam a sua terra natal
Carga de cavalaria
Sob o sol seco: o sertão que resiste
Sob o sol seco: o sertão que resiste nos leva ao coração do sertão nordestino, onde um cientista, movido pela razão, e um empresário ambicioso se deparam com uma terra teimosa e uma comunidade que resiste às mudanças. Encontros tensos, promessas, uma natureza indomável e a cultura de um povo se entrelaçam em uma sensível trama.
Sentença: poemas selecionados
Sentença – é uma seleção de cem textos feitos pela autora e boa parte deles publicados em outras obras.
Neste livro, a sentença que de modo geral pode ser definida como uma determinação jurídica, uma frase completa… não se fecha, pelo contrário, se abre para jogos sonoros, construções precisas, temas incomuns e visão aguçada do mundo contemporâneo.
Divanize trabalha as palavras em função das ideias com arte, erudição e olhar crítico para a vida.
Instante pictórico
Instante pctórico diz a que veio, descrevendo verdadeiras pinturas do cotidiano numa leitura leve, rápida e nem por isso pouco intensa. Odair de Morais ajustou o foco, caprichou no zoom e trouxe à tona um desfile de belos poemas. Pequenos na estrutura e grandes aos olhos de quem os lê: breves fotografias para se guardar na memória.
A gramática do romance brasileiro
A gramática do romance brasileiro é o resultado da tese de doutorado de Eduardo Mahon, cujo objetivo é demonstrar o vínculo temático que norteia a literatura brasileira nos últimos dois séculos. A singularidade do estudo acadêmico se revela com a demonstração da influência dos críticos do passado sobre os autores e as reações literárias daí advindas, formando-se um normativo circuito autorreferente.
O apelo identitário nacional, inicialmente inspirado pelo romancismo patriótico, ainda ecoa pelo século XXI, conforme mostra a pesquisa ao oferecer ao leitor uma série de recortes diacrônicos da literatura brasileira. Ao selecionar romances contemporâneos e premiados, o pesquisador demonstra uma atualização da tradição nacional que se vale de estratégias narrativas e imagens sedimentadas no público.
Forró: o corpo não mente
A autora é escritora já renomada e frequentadora das animadas pistas de forró da noite paulistana. Embalada pelo ritmo, leva os leitores para este universo, através de 20 crônicas “forrozeiras”. Em cada uma um olhar diferente, inusitado e contagiante sobre o tema. Deborah esbanja nas descrições, explora todos os sentidos tanto das personagens como dos leitores: cores, texturas, aromas ou mesmo odores, temperaturas, sons... tudo rodopia e enebria neste curioso salão que se torna o livro. Junte-se e se deixe levar pelo ritmo fluido do livro.
O forró segue vencendo preconceitos, dessa vez no campo da literatura. Muitos podem se surpreender com um livro de crônicas inspirado no gênero dançante, mas como o mestre das crônicas Mário Prata anuncia no prefácio do livro, “Quando li a primeira crônica – e pasmei! – pensei que ela havia esgotado toda a sua cultura – nada acadêmica – sobre o tema. E é aí que resiste o fenômeno literário que você está pra ler. Sim, fenômeno! Além do primeiro texto, são vinte pedaços de forró. Em cada um, acredite, um olhar diferente, um tema mais inusitado que o outro.”
Deborah consegue extrair o sumo de suas vivências com sua linguagem ágil e reflexiva. Em 2011, navegou os rios amazônicos para escrever um romance finalista do Prêmio Jabuti sobre a Guerra da Cabanagem. Em 2019, conviveu com comunidades quilombolas ao Norte do Espírito Santo para escrever, em co-autoria, outro romance finalista do Prêmio Jabuti. Agora, foi a vez de se debruçar sobre o forró sudestino, que teve um papel importante na sua vida pós pandemia: “O forró me salvou de várias formas. Na retomada do corpo, na relação com os outros e na ressocialização.”
A escritora havia testemunhado na juventude a revolução cultural que significou o surgimento do forró universitário na virada do Século XX em São Paulo. Entendeu que essa história precisava ser contada, transporta para a literatura. A partir do convite de Toshio Yamasaki, começou a escrever crônicas para o site Forró Fonte de Felicidade. Rapidamente, as crônicas forrozeiras se tornaram parte da vida forrozeira paulistana, suscitando temas divertidos e, ora, polêmicos, “O forró é tão maleável que foi acomodando novas tendências da sociedade, como o questionamento da heteronormatividade na dança.”
Acima de tudo, as crônicas são sobre a vida que habita em cada cotidiano:
“Os corpos forrozeiros só precisam uns dos outros. No salão, estão corpo a corpo. Cada qual com o seu tamanho e forma específica, uns altos e outros baixos, uns fortes e outros magros, com seus perfumes e odores característicos, ora doces e amadeirados, suas texturas – mãos calosas ou suaves, cabelos longos, ralos ou rastafáris, suas secreções (notavelmente, os suores), seus sons (suspiros, espirros!), seus estilos de vestir – podendo variar do riponga ao heavy metal, alterando em graus de firmeza e molenguiçe, agilidade e lentidão. Cada corpo é uma verdade inexorável, diante do seu, colado no seu, espelhando o seu.”
Saranzal
"Os sarãs são trilhos", diz a autora. E esses trilhos nos conduzem às memórias que ocupam grande parte dos poemas. Há um espaço no masculino que se aprofunda com as lembranças do pai e do avô; trabalho, afetos e natureza bruta formam um emaranhado de sentimentos. Também nas honras à ancestralidade, mãe e avó constituem força, carinho e referência. Luciene é rio, barro, bairro, centro urbano e quintal, mulher madura. Nela, tudo isso é tensão e lirismo.
Na visão do artista Gerald Thomas, o diálogo do visual com o literário se apresenta em traços expressivos, agudos e enigmáticos, como esboços do que está por vir, em tons terrosos do Saranzal de Luciene, que a conectam com a vida.
Dias de águia
Após uma sequência de acontecimentos desfavoráveis, um homem de meia-idade se sente limitado à sua vida monótona, padrão e sem perspectivas. Incorformado, subitamente decide dar um basta, fugir do passado e buscar novos rumos.
Em sua viagem sem planos de volta, passa por várias cidades do Brasil, vivenciando situações desafiadoras. Mesmo sentindo enorme dificuldade para lidar com seus conflitos internos, depara-se com uma invejável facilidade de adaptação e incrível espírito empreendedor em negócios de sucesso.
Mas toda sua aventura não basta, o que de fato sempre procura é sua real identidade e valorização da autoestima.