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Publicado postumamente, livro de contos de Dicke reflete sobre a vida e a morte

O VELHO MOÇO E OUTROS CONTOS CAPA pq

Em um artigo de opinião publicado no jornal O Estado de São Paulo sobre Moacyr Scliar (2011), o escritor Ignácio de Loyola Brandão escreveu: “O mato-grossense Ricardo Guilherme Dicke, fantástico, isolado em Corumbá, nunca teve a glória alta que merecia, melhor, muito melhor que dezenas de autores midiáticos”.

(Nota: Ricardo Guilherme Dicke esteve isolado entre Cuiabá e Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso)

Neste mesmo ano, a Carlini e Caniato Editorial publicou uma coleção de quatro títulos póstumos e inéditos de Dicke, composta pelas obras: “Os Semelhantes”, “Cerimônias do Sertão”, “A Proximidade do Mar & A Ilha”,O Velho Moço e outros contos”.

Sobre “O Velho Moço e outros contos”

“…a eternidade será como um colar de pérolas, cada pérola um infinito: na Eternidade sempre é domingo e há um silêncio desacostumado pairando nas cidades: como que um zumbido que vem de séculos e séculos passados e remotos e decorridos como a areia do Tempo…” (trecho do conto “A Noite”).

O Velho Moço e outros contos” reúne três narrativas inéditas de Ricardo Guilherme Dicke, produzidas meses antes de seu falecimento. Tudo indica que o autor reuniu as histórias ao acaso, mas é bem provável que tenha preparado uma sutil e potente intersecção de narrativas em torno do eixo vida-morte, pressentindo, de modo premonitório, a sua partida.

Desde a ordinariedade de sentimentos de um narrador velho e rabugento que vocifera contra a massificação do gosto e a estupidez dos gestos até a mais funda inquisição sobre a transcendência, no limiar entre a vida e a morte, passando pelo diálogo antitético sobre juventude e velhice que o tempo nos obriga a instaurar, em “O Velho Moço” tudo revela que o ser humano ainda se debate na questão primordial: decifrar-se.

Em vez do raciocínio analítico, por suspeitar de sua eficácia ou por desprezar esse modo asséptico de ver o mundo, Dicke optou por nos desafiar com suas imagens em avalanche, propondo-nos que reflitamos sobre o caos como constitutivo do real, cujas tentativas de ordenação têm custado o sacrifício de nossos sonhos e de nossa alma.

Onde comprar

Você pode adquirir a obra “O Velho Moço e outros contos” no site da Carlini e Caniato Editorial. Clique AQUI para acessar.

Sobre o autor

Ricardo Guilherme Dicke nasceu em 1936, em Chapada dos Guimarães, Mato Grosso.

Publicou: Caminhos de Sol e Lua (1961); Deus de Caim (Edinova), 4º lugar no Prêmio Walmap (1968); Como o Silêncio, 2º lugar no Prêmio Clube do Livro (São Paulo, 1968); Caieira (Francisco Alves, 1978), Prêmio Remington de Prosa (1977); Madona dos Páramos (Edições Antares, 1981), Prêmio Nacional da Fundação Cultural do Distrito Federal (1979); Último Horizonte (Marco Zero, 1988); A Chave do Abismo (Fundação Cultural de Cuiabá, 1986); Cerimônias do Esquecimento (EdUFMT, 1999), Prêmio Orígenes Lessa da UBE (1995); Rio Abaixo dos Vaqueiros e O Salário dos Poetas (Secretaria de Cultura de Mato Grosso, 2001); Conjunctio Oppositorum no Grande Sertão (Secretaria de Cultura de Mato Grosso, 2002); Deus de Caim (afabrika, 2006); Toada do Esquecido & Sinfonia Eqüestre (Cathedral/Carlini&Caniato, 2006); Madona dos Páramos (reedição, Cathedral/Carlini&Caniato, 2008).

Recebeu da UFMT o título de Doutor Honoris Causa, em 2004. Seu romance O Salário dos Poetas foi adaptado para teatro e apresentado em Lisboa, em 2005. Dicke faleceu em 9 de julho de 2008.

(Da Assessoria)

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