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Livro de poesias é marcado por bom humor e sonoridade de integrante da banda Caximir

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“Nau pantaneira que só não afunda/ porque sentaram-lhe no chão a bunda/ e, d’areia, o vento fez-lhe saia”. Os versos são do poema “Soneto do abandono”, contidos no livro cheio de humor “A! pô! cá! Ali! Psiu!”. O autor, Antônio Carlos Fernandes Lima, mais conhecido como Toninho, lançou a obra em 2011 pela Carlini & Caniato Editorial. Atualmente, o livro pode ser encontrado no site da editoria e está disponível para todo o Brasil.

“A! pô! cá! Ali! Psiu!” representa inovação no trabalho do autor. Na obra, ele utiliza formas clássicas como os haicais que, unidos, transformam-se em seus “raí caipiras”. O poeta que é, também, compositor musical, trata com bom humor e melodicamente as questões místicas, míticas e sócio-ambientais, além de cantar as venturas e desvarios do amor no século vinte e um. “Sem a dita dura / o amor mais puro / também tortura”, diz um outro poema.

A sonoridade de Toninho de “A! pô! cá! Ali! Psiu!” vem do fato de que Toninho foi um dos fundadores do grupo musical performático Caximir, juntamente com Eduardo Ferreira, Antonio Sodré, Luiz Renato, André Balbino, Amauri Lobo e Luis Antonio Capilé. Na segunda fase do grupo participaram Rose Tequila, Ana Amelia e Fernanda Marimon. Em 2016, alguns integrantes da banda reuniram-se mais uma vez em uma performance para um documentário.

No meio audiovisual, Toninho foi um dos pioneiros na produção de vídeos. Na TV Centro América, roteirizou e dirigiu vários documentários e, no início de 2011, foi um dos poetas participantes do documentário sobre Dom Pedro Casaldáliga realizado pela Unemat e TV Assembléia.

Escreveu e dirigiu, juntamente com Luiz Renato e Eduardo Ferreira, a peça teatral “Final do Juízo” apresentada em Cuiabá e no Rio de Janeiro pelo grupo Acéfalos. Por conta dessa versatilidade, Toninho é conhecido como “poeta multimídia”.

Sobre o autor

Antônio Carlos Fernandes Lima, ou Toninho, nasceu em Terra Boa (PR). Veio para Mato Grosso em 1968. Para Cuiabá, veio em 1971. Foi um dos primeiros publicitários do estado, cursou engenharia civil na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), onde se envolveu intensamente com atividades culturais.

Venceu o festival universitário de música em 1977. Muitas de suas composições integram CDs de artistas do estado, com destaque para a participação no CD Grutas Permitidas do maestro e professor Roberto Vitório, vencedor do prêmio UNESCO de Música Contemporânea.

Até hoje seus livros foram publicados em formatos não convencionais e ilustrados por ele mesmo. O primeiro, “Pé no céu que a terra pirou”, foi publicado em 1982 em forma de envelope. Depois vieram as famosas caixinhas de fósforo: “Sakofonia” (juntamente com Luiz Renato em 1986); “Chama Viva” (1992); “Caixa 02” (1996) e “Poesia Encaixada” (2002). Em 2006 lançou “Língua de fogo”, um livro de bolso com papel reciclado e, também nesse formato, publicou anteriormente (1988) “Torre de Bordel”, uma prosa poética.

Poema

Soneto do Abandono

O vento varre a varanda e chia,

levando o cheiro do pequi pra rua.

A água fria lava a alma nua

e o Sol se afunda na grande bacia.

Rasgando o ventre horizontal da Terra,

na serra nasce colossal a lua.

A nau de prata lá no céu flutua,

cai na lagoa e a vaca berra.

A cuia cheia de água da chuva

mergulha no batelão de ximbuva,

que encalhou no tempo, lá na praia.

Nau pantaneira que só não afunda

porque sentaram-lhe no chão a bunda

e, d’areia, o vento fez-lhe saia.

Onde comprar

Para comprar o livro “A! pô! cá! Ali! Psiu!”, acesse o site da Carlini & Caniato Editorial clicando AQUI.

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