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Livro narra as dificuldades de um humilde casal com um filho autista

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A obra de ficção “Não fala comigo, a história de um autista”, de Rômulo Netto, retrata a história de um casal no sertão brasileiro com um filho autista. A obra, publicada pela Carlini & Caniato Editorial em 2011, está disponível para todo o Brasil no site da editora.

“A obra traz esperança, informação, diverte e faz chorar ao mesmo tempo. Tem em todo seu conteúdo o linguajar simples de nossa gente, de nossa realidade, sem o tão batido ‘americanismo’ que impregna qualquer assunto relativo a autismo. ‘Não fala comigo!’ vem dizer a todos que os diferentes podem ser iguais, e que autistas têm muito a oferecer à nossa sociedade, ao nosso planeta”, escreveu Berenice Piana, mãe de Dayan, autista clássico, e diretora administrativa da Associação em Defesa do Autista (ADEFA).

De acordo com ela, a história da obra pode ser aplicada a muitos casos de famílias com pessoas autistas. “A diferença entre o desfecho de nosso protagonista e dos muitos autistas está numa palavra: credibilidade. É o que a família ofereceu a ele todo o tempo, e nosso autor soube retratar tão bem”, escreveu Piana no prefácio da obra.

A ideia do livro, de acordo com Rômulo Netto, surgiu quando uma de suas filhas, ainda criança, dizia aos outros “não fala comigo”. A partir daí, as sementes que deram origem à obra foram crescendo, até florescerem. “De repente o texto começou a fluir aos borbotões. Não tinha ideia do assunto que predominaria no livro. Apenas quando Rutinha  [personagem] entrou em trabalho de parto e, mesmo com a ajuda da parteira e da benzedeira, a criança se recusava a vir de encontro ao mundo, foi que optei pela temática”, escreveu Netto.

Ainda sobre a obra, Netto escreveu:

“Fiquei assustado. Não tenho filhos ou parentes autistas, mais ainda: jamais vi um autista em carne e osso. Tinha que tomar cuidado para não criar um personagem com características distintas do portador da síndrome. Por outro lado não queria pesquisar para que o texto não sofresse influências que me desvirtuassem de meu propósito.

Assim, depois de longa espera nasce uma criança saudável, enorme, no tamanho e no peso. Pela dificuldade do parto o pai sapecou-lhe o nome de Martírio Suplício. Aos seis meses os primeiros sinais de que alguma coisa não estava muito correta: a criança começou a refugar o peito materno, a chorar descontroladamente, sossegando apenas quando ouvia música.

Aos quatro anos foi diagnosticado como autista de alto funcionamento. Aos quatro anos toca pela primeira vez uma oito baixo. Martírio Suplício ganha de presente de seu médico uma flauta. Autodidata aprende a tocá-la. Vai mais além. Pede ao pai para fazer algumas flautas de bambu e cria na escola da fazenda sua pequena orquestra.

Anos depois quando vai estudar na cidade mostra seu talento tocando o Concerto número 3 para piano, de Rachmaninov. Uma surpresa para a professora de música do colégio onde estudaria, pois ela lutava para dominá-lo há cerca de dez anos.

Naquele estabelecimento Martírio aprende a reger e torna-se o maestro da Lira Euterpe.

Terminado o curso ginasial, o destino do menino era continuar seus estudos na capital do estado. E ele vai com seus irmãos e Sólon, outro autista de alto funcionamento, violinista por excelência”.

Sobre o autor

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(Foto: Rai Reis)

Romulo Nétto é mineiro de Paracatu, onde nasceu em 3 de março de 1946. Faleceu em 2015 na cidade de Curitiba, onde morava há seis meses. Em Cuiabá, onde morou por muitos anos, deixou um rico legado cultural. Autor de mais de vinte livros, dentre publicados e engavetados, ele era um defensor da qualidade das obras produzidas fora do eixo Rio-São Paulo, ou “Sul-Maravilha”, como ele chamava.

Foi servidor técnico-administrativo da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), desde os primeiros anos da instituição. Trabalhou também na assessoria de Gabinete da Reitoria, foi presidente da Comissão Permanente de Concurso Vestibular (Copeve) e presidente do Conselho Editorial da Editora Universitária. Ele se dedicou ao trabalho como Gerente da Gráfica da UFMT (Imprensa Universitária) até sua aposentadoria.

Pela Carlini e Caniato Editorial, Nétto publicou: “As Jagunças”, “Filisberto das Âncoras”, “Contos dos Gerais”, “Cidades, Ciudades”, “Bom-dia, Senhor Presidente”, “Tarenço, o Capanga de Lata”, “Os Deserdados da Sorte”, “Tatão Malemais, o Capador de Anjos”, “Transitoriedade, Palavra”, “O Infinito Desespero de Ementério”, “Não Fala Comigo! A História de um Autista”, “Serapião Fala Mole”, “É Proibido Ler” e “Sertão de Sangue”.

Onde comprar

Para comprar a obra “Não fala comigo, a história de um autista”, acesse o site da Carlini & Caniato Editorial clicando AQUI.

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