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Livro de jornalista mato-grossense conta história de amor no Pantanal de 1930

rui matos

De autoria do jornalista Rui Matos, o livro “Agnus Dei – no mar de água doce”, traduz a vida no singular que se conjuga no pantanal mato-grossense de 1930. A obra, que será publicada pela Carlini e Caniato Editorial ainda neste semestre, é uma das dez vencedoras do Prêmio Mato Grosso de Literatura, promovido pela Secretaria de Estado de Cultura (SEC).

A história de “Agnus Dei – no mar de água doce” resgata o cotidiano rural pantaneiro da década de 30. A cultura, a culinária e o modo peculiar do falar são os temperos da lida com o gado, das conduções de boiadas, caçadas, pescarias, histórias de assombração, vidas que chegam e que vão. Ficção e realidade dividem a mesma canoa imaginada pelo autor no arraial de Poconé, distante 100 quilômetros de Cuiabá.

É neste cenário que somos apresentados aos personagens, a exemplo de Agnus de Borgonha e Maria Cecília, que permeiam naqueles longínquos anos a realidade contemporânea.  O romance é inspirado na saga real da camponesa Laurinda Cintra e do vaqueiro Odário Nunes, que tiveram seus nomes inseridos na história de Mato Grosso. “O amor está debaixo de um palácio suntuoso ou de uma choupana de palha. Busquei esses elementos e criei personagens e situações que levam o leitor a refletir sobre o amar, felicidade, sonhos e fantasias. Uma leitura para mergulhar e se apaixonar”, adiantou o autor.

“Felizmente, em Mato Grosso não se colhe apenas grãos. Como cantaram Arnaldo Antunes e Fromer, ‘a gente não quer só comida’. Brotou aqui uma nova safra de escritores e Rui Matos germinou com este primeiro romance”, avalia o ex-presidente da Academia Mato-grossense de Letras, Eduardo Mahon.

Para Eduardo Mahon, que prefacia a obra, “trata-se de um aboio caboclo, de trama densa, ambientado num mar de água adocicada pela paixão de duas mulheres a um vaqueiro misterioso, que carrega consigo um passado medieval e baú de ilusões. É uma alegria ver o romance ganhar esse novo fôlego e, daqui, palmilhando coisas nossas, espraiar-se para sabe-se lá onde. Um alcance que só a literatura possibilita”.

Em “No mar de água doce”, Rui Matos busca o tortuoso caminho do sucesso, tão ansiado por escritores que se lançam no mercado editorial. Para o presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, João Carlos Vicente Ferreira, ao romancear fatos ocorridos com gente pantaneira e o próprio Pantanal, o autor vai atrair a atenção dos leitores, não só pelo tema, mas também pela qualidade e apuro na elaboração do texto. “Falar do Pantanal, de sua gente e suas histórias, das terras ricas e férteis, dos pássaros que buscam suas lagoas para pesca e alimentos necessários, das plantas que se reproduzem e cria toda vegetação exuberante que marca com beleza este oásis biológico, de água, luz e terra é, sem dúvida alguma, uma forma de arrebatar leitores. Uma narrativa cheia de sensualidade que aguça a imaginação”, observa João Carlos.

Onofre Ribeiro, que também é jornalista e apresenta o autor, afirma que a obra surpreende com uma vertente leve, torneando personagens e fatos numa doçura quase inocente de quem vê a vida como uma estrada que não precisa necessariamente ser sinuosa. “Agora, é esperar que Rui Matos nos conduza com a mesma doçura, em breve, com os próximos livros que completarão a trilogia ‘Agnus Dei’ para outros mares nunca dantes navegados”, concluiu Onofre Ribeiro.

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