Uirapuru
O sertão é coisa...
O sertão não tem definição.
É alma e coração.
Uirapuru, Terra do Adeus... é um credo sertanejo. Ainda não dá para afirmar que o Brasil seja totalmente urbano, mesmo as áreas mais adensadas do país sofrem influência do modo de ser do caboclo, ao menos em algum comportamento. Temos pontualmente a música, costumes e linguagem, como determinantes dessa presença indiscutível.
A narrativa apresentada em terceira pessoa, onde o narrador se apresenta em determinados momentos, quase imperceptível para um leitor menos atento, que se esquece de sua presença inicial, e não o identifica sentado em uma mesa, ou ouvindo uma história da boca dos naturais, ou lendo em dados registrados.
Passaram-se pouco mais de oitenta anos desde a criação de uma estratégia de interiorização, o programa “Marcha Para o Oeste”, um ousado plano de inclusão territorial, social, com projetos de desenvolvimento criados para estimular uma maior presença humana brasileira no Centro Oeste e Norte do país. Todavia, os processos migratórios não obedeceram necessariamente a vontade governamental, e nesta situação muitas histórias diametrais e conflitantes passaram pela vida/tempo, deixando e levando sua marca.
O choque e o descaso do progresso, que vem com máquinas barulhentas, empurrando os que não se adaptam e premiando quem entende e se alia ao mesmo. O progresso não reconhece passado, ou pioneirismo. O progresso é a marcha necessária que pisoteia o despreparo.
UIRAPURU, TERRA DO ADEUS. Auto do Sertão: O Evangelho de João da Cruz. É uma história urgente, hilária, lacônica. É o Brasil se descortinando.
O autor
Eles não podem tirar isso de mim
Por que a narradora conta essa história? O leitor está convidado a mergulhar nas intrincadas relações de uma infância complexa e dramática. A escalada de surpresas apresentadas por Mahon, numa narrativa tensa e dinâmica, revela traumas profundos que forçaram a protagonista a ultrapassar o limite da razão. Cicatrizes dolorosas, que podem estar escondidas em muitas famílias, são expostas de forma envolvente e corajosa.
Piedade um romance de Jose de Mesquita
A obra organizada por Eduardo Mahon, contém introdução que contextualiza a produção literária de José de Mesquita, considerado “O Patrono da Literatura Mato-grossense” e ainda justifica e analisa a seleção do romance “Piedade”, o qual é reproduzido, na sequência. A publicação, lançada no ano de comemoração do centário da Academia Mato-grossense de Letras, instituição essa de maior importância na área no Estado e fundada por Joé de Mesquita, oportuniza estudo sobre literatura, linguística, filologia, história e o contato direto com o único romance do autor publicado em vida, mas esgotado há muitos anos.
Contos escolhidos de Jose de Mesquita
A obra organizada por Eduardo Mahon, contém introdução que contextualiza a produção literária de José de Mesquita, considerado “O Patrono da Literatura Mato-grossense” e ainda justifica e analisa a seleção dos contos selecionados, os quais são reproduzidos integralmente, na sequência. Sendo eles: “Corá”; “O drama do ‘arrombado’”; “A burguezinha ou as linhas ocultas do destino”; “A cavalhada”; “Renúncia”; “Sangue sertanejo”; “Fortunato ou o forçado da felicidade” e “A mandinga”.
A publicação, lançada no ano de comemoração do centário da Academia Mato-grossense de Letras, instituição essa de maior importância na área no Estado e fundada por Joé de Mesquita, oportuniza estudo sobre literatura, linguística, filologia, história e o contato direto com contos publicados em quatro livros, nas décadas de 30 e 40, mas esgotado há muitos anos.
Virgínia
Com Por
Em Com por Aclyse trabalha seus poemas em total união entre composição escrita e musical.
“Contra o sombrio clima do pós-tudo, sua solaridade é bálsamo e antídoto. Seus poemas, porém, não se vazam em formas literárias ou visões de mundo ingênuas: neles, a simplicidade é conquista e construção.” (Antonio Carlos Secchin)
Resumo da ópera
Um homem que soube da própria morte pelo jornal, uma menina cujos cabelos não paravam de crescer, um rapaz que se via replicado dentro de uma lantejoula, a mulher que conversava com um buraco na parede do apartamento, o arco-íris anunciado na vitrine de uma loja de brinquedos, todas essas histórias fantásticas estão na reunião de contos de Eduardo Mahon. Questionar os limites do possível e transformar os sonhos em realidade cotidiana faz parte do universo do autor, comprometido com a refundação da mágica na vida dos seus leitores.
O vírus do Ipiranga
As personagens do livro de contos O vírus do Ipiranga vivem situações limítrofes, pressionadas pela angústia da quarentena. Forçadas a vivenciar o isolamento social, evidenciam suas neuroses até o limite do verossímil. Surgem nessa zona cinzenta entre o possível e o impossível situações que obrigam o leitor a refletir sobre a própria humanidade, seus medos, desejos, ambições e angústias. Eduardo Mahon encerra a coletânea com um texto longo a costurar realidades sociais simultâneas, tão longe e tão perto de todos nós.
Inclassificáveis
A pacata rotina da cidade de Cartesinos se transforma completamente com a chegada do circo. Mas não é um circo qualquer. A trupe que se apresenta na cidade é tão estranha que seus integrantes passam a ser conhecidos como “inclassificáveis”. A narrativa baseada no impacto da arte no cotidiano embrutecido conduz o leitor a refletir sobre a importância de valores imateriais no mundo contemporâneo. Descobriremos que o sonho é tão essencial quanto a vida.
Galileu dançou por muito menos
O angustiante cotidiano de Adalberto fica ainda mais opressivo quando ele recebe a notícia de que o antigo espelho veneziano está quebrado. Ao conferir a informação, depara com o insólito: um outro Adalberto surge para dizer duras verdades que o protagonista precisa ouvir a fim de passar a limpo a própria vida. O conto de Eduardo Mahon coloca o leitor frente a frente consigo mesmo a perguntar-se: será possível?
Jardim de ossos
Jardim de ossos de Marli Walker explora, como o título indica, a profusão de ossadas que vão se produzindo na vida de uma pessoa ao longo do tempo. O principal campo semântico a ser trabalhado é o do osso enquanto estrutura que se forma em torno da subjetividade conforme se acumulam as experiências vividas. Todos os seres humanos que alcançaram algumas décadas de existência forçosamente apresentam certa couraça de proteção construída pelo acúmulo de desilusões e perdas. A fossilização dos afetos, pelo menos em certa medida, é necessária à sobrevivência e também inevitável.