O elo perdido
O elo perdido – o primeiro livro de poesias de Mato Grosso, trás a tona e analisa sob o ponto de vista literário e histórico a obra Harpejos Poéticos, originariamente estruturada como uma antologia das poesias do autor Joaquim José Rodrigues Calháo, publicadas em jornais da época entre 1877 a 1884 e que compiladas, deram origem ao livro, impresso na Typographia d’O Matto-Grosso, em 1891.
Matogrossismo: questionamentos em percursos identitários
Dias de águia
Após uma sequência de acontecimentos desfavoráveis, um homem de meia-idade se sente limitado à sua vida monótona, padrão e sem perspectivas. Incorformado, subitamente decide dar um basta, fugir do passado e buscar novos rumos.
Em sua viagem sem planos de volta, passa por várias cidades do Brasil, vivenciando situações desafiadoras. Mesmo sentindo enorme dificuldade para lidar com seus conflitos internos, depara-se com uma invejável facilidade de adaptação e incrível espírito empreendedor em negócios de sucesso.
Mas toda sua aventura não basta, o que de fato sempre procura é sua real identidade e valorização da autoestima.
Nave alienígena
Através de 7 contos, narrados por homens complexos e falocráticos, Divanize Carbonieri escancara personagens abusivos, violentos, tóxicos e perversos, principalmente com o gênero oposto, oriundos de diversos estratos sociais brasileiros. A obra se contrói em linguagem crua e fluida, que se condensa em uma literatura com estética elaborada, envolvente e provocante, da primeira à ultima palavra.
Na pele
Na pele foi escrito durante a pandemia do Covid-19. A obra traz as mudanças nos dias de confinamento da autora poetisa, seus fluxos e percursos. Diz Luciene: “nas primeiras semanas desse aquilombamento, com raras saídas e nenhuma visita, minha garganta entrou em colapso; meu coração de poeta percutiu numa batida que me atravessou inteira: eu queria falar sobre ser preta, queria dialogar com os pretos do meu hoje; através dos meus versos, queria conversar com os viajantes da Rota da Melanina. Urgia. Na TV, estarrecida, vi joelhos sobre pescoços negros: sincronicidade: eu também não estava conseguindo respirar...
Escrevi estes versos em 61 dias, entre 25/05 e 25/07 de 2020.
Darkness
Foi durante uma madrugada, após um inesperado e indesejável encontro que terminou com a morte do seu assediador, quando Sofia decidira tentar fazer a diferença. Em um país feito o Brasil, onde tudo parece ser fácil demais, ela jamais podia ima- ginar, que, por trás de tantas impunidades, havia alguém a observando. Não era uma disputa intelectual. Sofia decidiu dar início à uma guerra, contra os criminosos do país e também contra si mesma. Maldita revolta... Nem mesmo ela esperava ter chegado onde chegou.
Uirapuru
O sertão é coisa...
O sertão não tem definição.
É alma e coração.
Uirapuru, Terra do Adeus... é um credo sertanejo. Ainda não dá para afirmar que o Brasil seja totalmente urbano, mesmo as áreas mais adensadas do país sofrem influência do modo de ser do caboclo, ao menos em algum comportamento. Temos pontualmente a música, costumes e linguagem, como determinantes dessa presença indiscutível.
A narrativa apresentada em terceira pessoa, onde o narrador se apresenta em determinados momentos, quase imperceptível para um leitor menos atento, que se esquece de sua presença inicial, e não o identifica sentado em uma mesa, ou ouvindo uma história da boca dos naturais, ou lendo em dados registrados.
Passaram-se pouco mais de oitenta anos desde a criação de uma estratégia de interiorização, o programa “Marcha Para o Oeste”, um ousado plano de inclusão territorial, social, com projetos de desenvolvimento criados para estimular uma maior presença humana brasileira no Centro Oeste e Norte do país. Todavia, os processos migratórios não obedeceram necessariamente a vontade governamental, e nesta situação muitas histórias diametrais e conflitantes passaram pela vida/tempo, deixando e levando sua marca.
O choque e o descaso do progresso, que vem com máquinas barulhentas, empurrando os que não se adaptam e premiando quem entende e se alia ao mesmo. O progresso não reconhece passado, ou pioneirismo. O progresso é a marcha necessária que pisoteia o despreparo.
UIRAPURU, TERRA DO ADEUS. Auto do Sertão: O Evangelho de João da Cruz. É uma história urgente, hilária, lacônica. É o Brasil se descortinando.
O autor
Cama de gato
Ao longo do livro, a jornalista e artista plástica Michelle Diehl percorre as diversas fases de sua vida e nos dá uma visão do quadro bipolar sob a ótica de quem vivenciou a descoberta dos sintomas e suas complicações. Relata essa experiência única de como lidar com o diagnóstico, o processo de aceitação do tratamento, as dificuldades e recaídas.
As parcerias com a historiadora Cristina Soares, na escrita da obra e nas telas pintadas à quatro mãos (acessíveis através de QR-codes ao longo da obra) e com a também artista plástica, escritora e poetisa Ariel Von Ocker, que escreveu os poemas que abrem cada capítulo, tornam a obra muito mais ampla e profunda.
O livro leva a reflexões e nos impulsiona para nos tornarmos pessoas melhores, na busca incessante de evolução e crescimento pessoal.
Sósias
Mea culpa
O relato de um escrivão de polícia sobre o crime da mulher que matou a mãe traz à tona uma discussão que ultrapassa a própria morte. Em seu 60 romance, Eduardo Mahon promove mais uma alegoria, dessa vez sobre a verdade e suas múltiplas versões. Ao passear pela tensa redemocratização brasileira, o autor questiona os papéis de investigado e investigador, que se alternam em todo o romance. Esse jogo de múltiplos sentidos levará o leitor a julgar os personagens e, talvez, a si mesmo.
Um olhar que me consola
A história gira em torno de questões existenciais da adolescente Abby Elizabeth, ou simplesmente Abby, como a perda precoce do pai, os embates com a mãe, mudança de cidade, escola, o desafio de fazer amizades e, o mais instigante, os percalços na descoberta do amor.
A narrativa possui o tempero necessário a uma boa literatura de entretenimento, com a qual os jovens leitores irão se identificar, pois compartilham os mesmos desafios da protagonista em seu processo de amadurecimento.
Beco das Almas
Wanderley Wasconcelos mergulha fundo na tradição brasileira em escrever sobre o sertão e seu desdobramento: o garimpo e suas promessas de fartura, econômica e sentimental.
“Coronel Ferreiro”, repassa sua vida desde menino até os dias atuais. Seu mando à frente de boiadas, a violência de seus desejos, o despropósito de sua ambição, seu senso de justiça e sua querência com Antônia, o grande amor de sua vida. Esse viúvo, que se entretém com o caderno de suas “garatujas”, não apenas passa sua vida e memória a limpo em um diálogo de si consigo mesmo, mas apura também um modus vivendi, tenta recriar à sua maneira enviesada um tempo não mítico, um passado recente que o atropelo da modernidade faz com que o vejamos já nos longes de poeiras e recordações de velhos baús caídos em desuso.